Há dois anos, em meio a um caótico engarrafamento, Oliver Dórea fazia seu primeiro desenho a bordo de um ônibus, como forma de driblar o tédio e expressar sua arte.
Ele conta que à primeira vista, os outros passageiros acharam que seria mais um ato de vandalismo que empobreceria a estética do veículo.
"Quando saquei da mochila o lápis e as canetas hidrocores, de início fui criticado, mas aí o desenho foi ganhando formas, expressões, e quando finalizei com minha assinatura, as pessoas me aplaudiram e uma senhora, que parecia ser evangélica, disse que eu tinha um dom enviado por Deus."
Com 28 anos, Oliver que é apaixonado por seus desenhos, está no sétimo semestre do curso de Artes Plásticas, na Universidade Federal da Bahia - UFBA. Ele tem em sua casa uma espécie de ateliê, onde guarda os quadros que pintou e seus materiais de trabalho.
Você já deve ter notado algum desenho bem feito por trás daquele suporte onde o cadeirante deve repousar durante a viagem, com a assinatura @artsoliver. Se viu, tenha certeza que ele foi o mentor da obra.
Com sua assinatura nos desenhos, Oliver permite que os mais curiosos acessem o seu perfil no Instagram e se conectem às outras obras de arte que ele produz.
Diante de tanta repercussão no Instagram (principal canal de compartilhamento dos seus trabalhos nos ônibus), nós do SBG, movidos pela curiosidade, resolvemos correr atrás desse artista, que por onde passa deixa a sua essência de uma forma alternativa - diferente do que estamos acostumados a ver.
Depois do primeiro contato através do 'direct' e outras mensagens trocadas pelo Whatsapp, nos encontramos no movimentado Terminal Acesso Norte.
Ele topou, de primeira, fazer uma mini-sessão fotográfica ali mesmo no Terminal, na parte destinada ao descanso dos rodoviários.
Primeira pergunta dele:
"velho, não vou ser detido não, né ? Já fui detido uma vez, numa blitz. Não vi que o ônibus se aproximava de uma abordagem e continuei a desenhar. O policial elogiou o desenho, porém recolheu minhas canetinhas."
Eu (Samuel) disse que até então não. Que tanto o veículo, quanto o roteiro seria tranquilo.
NO BUZU
Após as primeiras fotos feitas no terminal, seguimos em um ônibus da linha 1147 (Estação Brotas via Luis Anselmo), e durante o trajeto surgiram mais fotos enquanto ele desenvolvia mais uma magnifica ilustração. Os passageiros, é claro, estranharam a tal movimentação - um cara com várias canetinhas em volta e outro com uma câmera nada discreta registrando tudo.
Muitos deles observavam com atenção a forma com que Oliver dava vida àquele novo personagem, como esta senhora que não se incomodou em ser fotografada enquanto se distraía admirando a mais nova atração do veículo 10245 da Concessionária Salvador Norte:
Fizemos o trajeto completo; ida e volta. Algo feito em torno de 1h10min. E durante o percurso, Oliver falou algo que chamou minha atenção: "A arte hoje só pode ser vista no cubo branco - galerias de arte. Os meus desenhos fazem com que essas regras, esse padrão seja quebrado. Se o pobre tem acesso à arte, ele fica curioso e busca mais... Só que o sistema em que estamos aprisionados, de certo modo priva aos mais carentes o acesso à cultura. Uma retrato perfeito da desigualdade social".
Aproveitando o assunto cultura, encontramos no Guia do Soteropobretano uma matéria super bacana que fala justamente sobre a exclusão social e as demasiadas causas que afastam a classe trabalhadora do universo das artes. Vale a pena conferir: http://www.aratuonline.com.br/guiadosoteropobretano/2017/11/06/mesmo-quando-e-de-graca-programacao-cultural-ainda-e-excludente-em-salvador/
Clicando no ícone a seguir você conhecerá o trabalho de Oliver Dorea:
Ele conta que à primeira vista, os outros passageiros acharam que seria mais um ato de vandalismo que empobreceria a estética do veículo.
"Quando saquei da mochila o lápis e as canetas hidrocores, de início fui criticado, mas aí o desenho foi ganhando formas, expressões, e quando finalizei com minha assinatura, as pessoas me aplaudiram e uma senhora, que parecia ser evangélica, disse que eu tinha um dom enviado por Deus."
Com 28 anos, Oliver que é apaixonado por seus desenhos, está no sétimo semestre do curso de Artes Plásticas, na Universidade Federal da Bahia - UFBA. Ele tem em sua casa uma espécie de ateliê, onde guarda os quadros que pintou e seus materiais de trabalho.
Você já deve ter notado algum desenho bem feito por trás daquele suporte onde o cadeirante deve repousar durante a viagem, com a assinatura @artsoliver. Se viu, tenha certeza que ele foi o mentor da obra.
Com sua assinatura nos desenhos, Oliver permite que os mais curiosos acessem o seu perfil no Instagram e se conectem às outras obras de arte que ele produz.
Diante de tanta repercussão no Instagram (principal canal de compartilhamento dos seus trabalhos nos ônibus), nós do SBG, movidos pela curiosidade, resolvemos correr atrás desse artista, que por onde passa deixa a sua essência de uma forma alternativa - diferente do que estamos acostumados a ver.
Depois do primeiro contato através do 'direct' e outras mensagens trocadas pelo Whatsapp, nos encontramos no movimentado Terminal Acesso Norte.
Ele topou, de primeira, fazer uma mini-sessão fotográfica ali mesmo no Terminal, na parte destinada ao descanso dos rodoviários.
"velho, não vou ser detido não, né ? Já fui detido uma vez, numa blitz. Não vi que o ônibus se aproximava de uma abordagem e continuei a desenhar. O policial elogiou o desenho, porém recolheu minhas canetinhas."
Eu (Samuel) disse que até então não. Que tanto o veículo, quanto o roteiro seria tranquilo.
NO BUZU
Após as primeiras fotos feitas no terminal, seguimos em um ônibus da linha 1147 (Estação Brotas via Luis Anselmo), e durante o trajeto surgiram mais fotos enquanto ele desenvolvia mais uma magnifica ilustração. Os passageiros, é claro, estranharam a tal movimentação - um cara com várias canetinhas em volta e outro com uma câmera nada discreta registrando tudo.
Aproveitando o assunto cultura, encontramos no Guia do Soteropobretano uma matéria super bacana que fala justamente sobre a exclusão social e as demasiadas causas que afastam a classe trabalhadora do universo das artes. Vale a pena conferir: http://www.aratuonline.com.br/guiadosoteropobretano/2017/11/06/mesmo-quando-e-de-graca-programacao-cultural-ainda-e-excludente-em-salvador/
Clicando no ícone a seguir você conhecerá o trabalho de Oliver Dorea:
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